DISCÓBOLO DE MIRÓN- SÍMBOLO DA EDUCAÇÃO FÍSICA

sábado, 29 de janeiro de 2011

As 5 Zonas Alvo da Freqüência Cardíaca de Treinamento

01°) Atividade aeróbica moderada (de 50% a 60% da Frequência Cardíaca Máxima):

Esta é a zona de treinamento para pessoas sedentárias que estão começando uma atividade física e aqueles que estão voltando de contusão ou problema de saúde. Também é nesta zona que os corredores devem fazer o aquecimento e desaquecimento de treinamentos mais intensos.

Alguns benefícios ao se exercitar nesta zona são o fortalecimento do coração e redução do: colesterol, gordura corporal, pressão sanguínea e do risco de doenças degenerativas.

02°) Controle de peso (de 60% a 70% da Frequência Cardíaca Máxima):

Nesta intensidade o seu organismo utiliza mais gordura como fonte de energia. Nesta zona você fortalece os seu coração e a partir desta intensidade seu organismo começa a sofrer os efeitos positivos do treinamento aeróbico.

03°) Aeróbica (70% a 80% da frequência cardíaca máxima):

Treinando nesta zona você não só beneficiará seu coração, mas também o seu sistema respiratório.

 Correndo nesta zona irá aumentar a sua capacidade aeróbica ao: aumentar sua capacidade pulmonar; aumentar o número e tamanho dos seus vasos sanguíneos; e fortalecer e aumentar o tamanho do coração, melhorando a hipertrofia cardiorrespiratória.

04°) Limiar anaeróbico (80% a 90% da frequência cardíaca máxima):

Se o seu objetivo é apenas manter a forma provavelmente não deverá gastar muito tempo treinando nesta zona. No limiar anaeróbico seu treinamento começa a ficar mais anaeróbico do que aeróbico. Em algum ponto nesta zona o seu coração não será capaz de bombear sangue e oxigênio suficientes para suprir os músculos em atividade e seu organismo terá que usar fontes anaeróbicas de energia. Nesta zona você treinará seu corpo para metabolizar eficientemente o ácido lático. Está é uma zona de treinamento dura, então não deve treinar nela por muito tempo, depende do condicionamento e o objetivo do aluno ou atleta para trabalhar nesta faixa de frequência.

05°) Esforço máximo (95% a 100% da frequência cardíaca máxima):

Você não deve correr nesta zona a menos que esteja em ótima forma. Está é uma zona de alto risco de contusões. Nesta zona você se exercitará acima do limiar anaeróbico e seu corpo trabalhará em regime de débito de oxigênio. Se treinar nesta zona, permaneça por períodos curtos de tempo. É indicado para atletas de alta performance, que disputa competições como por exemplo 50 ou 100 metros rasos, pois exige um esforço intenso num curto espaço de tempo.

Como calcular a frequência cardíaca máxima?

Para obter esse índice subtraia sua idade de 220 (FC Máx=220-idade) e calcule as porcentagens do total. Exemplo: se tem 30 anos, 220 - 30 = 190, então sua frequência cardíaca máxima será de 190 batimentos por minuto. Caso as porcentagens pedidas em um exercício aeróbio sejam exatamente estas (65% e 85%, por exemplo), o resultado será: 190 x 0,65 = 123 batidas por minuto e 190 x 0,85 = 161 batidas por minuto – essas são as zonas-alvo de treinamento, ou seja, o número mínimo e máximo de batimentos cardíacos por minuto que você deve manter. Para melhor avaliar seu treino ergométrico, utilize um excelente monitor cardíaco e nunca se esqueça de seguir o que foi passado pelo seu educador físico.

Outro exemplo de calcular sua frequência máxima,  FC Max. = 208- idade (0.70 x idade). Após calcular a FC Máx você poderá encontrar sua zona alvo de treinamento aplicando a fórmula de Karvonen (famoso fisiologistas escandinavo) que te permite calcular as pulsações de trabalho com mais rigor. Karvonen introduz um conceito novo, a FC de reserva, que é calculada pela diferença entre a máxima e a de repouso.
FC de trabalho = (FC máxima – FC repouso) x porcentagem da frequência que você vai aplicar + percenta­gem FC repouso.

Exemplo: as tuas pulsações máximas são de 190 e a tua FC de repouso 60 por minuto. Para correr a 85% da FC máxima. Então faz a fórmula FC de trabalho= (190-60) x 0,85 + 60 = 170,5. O que dá 170 pulsações por minuto aproximadamente. Agora é só montar seu cronograma de treino e melhorar seu condicionamento físico, lembrado mais uma vez que sempre o ideal é ter um educador físico ao seu lado para melhor orientar seus treinos.

Os perigos dos "Atletas de Verão"

Com a chegada da primavera, acontece uma mudança notável na população. E não é só o clima. As flores, a volta do calor, os corpos a mostra novamente. A primavera é a estação do ano que segue o inverno, onde cobrimos nossos corpos por um longo período. E quando chega a temporada que antecede o verão, é que todo mundo resolve correr atrás do prejuízo que o inverno deixou na balança. As academias, as praças e parques lotam de “atletas de verão”, aqueles que ficam sumidos durante o inverno. Muitos correm para nutricionistas na tentativa de conseguirem o milagre de perder alguns quilos extras. Porém, essa busca de emergência por estética pode ser muito prejudicial à saúde.

 Nesta época, ocorre o aumento do movimento nas academias com a proximidade do verão.  A busca pela boa forma nos últimos meses do ano pode trazer inúmeros problemas. Se a pessoa fica o ano todo no sedentarismo, e busca uma boa forma visado o verão, geralmente comete exageros na academia, podendo acarretar lesões tanto musculares quanto articulares.

 Atrás de resultados rápidos, os famosos atletas de verão acabam ganhando lesões e até agravando algum problema de saúde. Os tais atletas de verão são os que aparecem só a partir de outubro nas academias, querem um resultado rápido, querem um corpo definido, tudo isso em apenas três meses.

 As razões para os atletas abandonarem as academias são diversas. As mais comentadas pelos alunos são: falta de tempo, retomada das atividades acadêmicas e do trabalho depois das férias, e também a temperatura fria do inverno que desanima o pessoal de vir à academia. O movimento aumenta muito no verão nas academias de musculação, o que acaba ocorrendo é uma aglomeração de alunos onde muitas vezes o número de professores não é o bastante para aderir a este grande número de alunos o que é péssimo, pois alunos novos precisam de um melhor acompanhamento e orientação. Alguns alunos acabam se apaixonando pelo exercício e continuam para o resto da vida, aderindo aos benefícios que o exercício físico irá proporcionar para sua saúde, outros voltam só nas proximidades do próximo verão.

 Outros profissionais muito procurados nessa época são os nutricionistas. Pois muitas pessoas acabam recorrendo para dietas milagrosas que dura pouco período e dificilmente  atingem algum tipo de resultado, além de causar um sério risco a saúde, pois nestas dietas ,muitas vezes faltam nutrientes importantes para seu metabolismo como por exemplo cortar carboidratos da alimentação, essas dietas malucas que pessoas desorientadas inventam somente causam prejuízos a saúde, por isso para fazer uma dieta hipocalórica procure um nutricionista que é um profissional capacitado. 

Já para os professores de educação física a grande preocupação é com as lesões. Em geral a carga utilizada pelos iniciantes nos exercícios deve ser baixa, e manter eles o maior tempo possível no treino chamado de adaptação, pois nessa fase que se podem fortalecer as articulações e tendões, o que vai prevenir as lesões mais frequentes nos adeptos da musculação.

 O ideal é que as pessoas procurem tanto exercícios quanto o auxílio de médicos para uma melhora no condicionamento físico durante o ano inteiro, pois sempre é bom fazer uma avaliação médica para ver seu estado de saúde como, por exemplo, seu nível de colesterol, como anda seu coração, e também não deixar de fazer uma avaliação física para ver como esta seu desempenho nos treinos, para ver se seus objetivos estão sendo alcançados, recomenda-se uma avaliação a cada três meses e obrigatório a cada um ano. Assim, além de hábitos mais saudáveis, o atleta pode evitar passar o resto da estação com dores e lesões. Pouco tempo de malhação pode trazer uma melhora para a autoestima e tonificação muscular, mas não deixa de ser uma atitude ilusória. O atleta só chegará ao seu objetivo com dedicação. O ideal é que a pessoa tome gosto pelo esporte e fique na academia o ano todo, fazendo daquilo uma atividade cotidiana e saudável, daí sim a forma física vem naturalmente.

 Já as dietas malucas são um risco o ano inteiro. Brincar com nosso corpo através de dietas malucas, exercícios em excesso, passa fome, são fatores desencadeantes de um grande estresse para o corpo, resultando numa máquina desregulada. Portanto, cuidar do corpo é algo que precisa de cuidado e respeito. E buscar um profissional adequado para auxiliar cada caso, é uma demonstração de autoestima.

Creatina: Conheça um pouco mais esta fonte de energia

Quando se fala de nutrição esportiva muito difícil não se lembrar de Creatina. A creatina é metabolizada em nosso organismo através da síntese dos aminoácidos arginina, metionina e glicina, que em nosso organismo é sintetizada nos rins, fígado e pâncreas e armazenada nos músculos.

A creatina possui um poder incrível no músculo, pois da uma turbinada na contração muscular aumentando consideravelmente a performance do atleta.

Como a cretina age no organismo?

Depois de ingerida a creatina é convertida em creatina fosfato (CP) e entra rapidamente na célula muscular. Potencializa o ciclo do ATP (Adenosina Trifosfato), assim no momento em que seu músculo não consegue mais responder devido ao desgaste físico a creatina entra na forma de CP (Creatina fosfato) e age como se fosse um "turbo aumentando a rotação de um motor" renovando rapidamente a energia para a próxima contração muscular.

Tem seu maior armazenamento nas fibras de contração rápida, ou seja, é mais indicada para treinamentos de curta duração.

A creatina no ciclo do ATP (Adenosina trifosfato):

ATP (Adenosina trifosfato) é uma molécula responsável por toda a energia do corpo humano, tudo que ingerimos em nossa alimentação sofre uma reação química e se converte em moléculas de ATP (Adenosina trifosfato), é dessa molécula que tiramos energia para manter o nosso corpo em atividade.

A energia que usamos para a contração muscular vem do ATP, que depois de usado na contração sofre uma quebra se tornando ADP (Adenosina difosfato) que se tornará novamente ATP (Adenosina Trifosfato) para a contração muscular de vido a creatina fosfato (CP) armazenada, ou seja, a creatina produz uma ressíntese do ATP (Adenosina trifosfato) que foi convertido em ADP (Adenosina difosfato) devido a contração muscular, assim esse ADP (Adenosina difosfato) se tornará rapidamente em um novo ATP (Adenosina trifosfato) para uma nova contração.

É nessa quebra do ATP (Adenosina trifosfato) para o ADP (Adenosina difosfato) que acontece a liberação de energia, a ressíntese do ATP (Adenosina trifosfato) é feita principalmente pela ingestão de carboidratos e lipídios, mas é uma ressíntese lenta o que torna a creatina indispensável para essa ressíntese, pois rapidamente irá fornecer fosfato para o ADP (Adenosina difosfato) restaurando o ATP (Adenosina trifosfato) para seu nível normal.

Então a creatina é um suplemento que potencializa o seu treinamento, e para você conseguir melhores resultados com a creatina, pesquisas apontam que consumir creatina juntamente com carboidratos como a glicose libera a produção de insulina que ajuda no transporte de mais creatina para o interior da célula.

Outra boa combinação com a creatina é a glutamina. A glutamina é um aminoácido essencial condicionado ou conversível em essencial que tem como finalidade preservar a massa muscular e fortalecer o sistema imunológico, por afetar o metabolismo da glicose a glutamina pode ajudar bastante a creatina no músculo, além de ser um importante anticatabólico.

Finalizando, você que gosta de treinar intensamente vale uma dica após os vinte minutos após seu treino faça um shake contendo creatina, glutamina, carboidrato e proteína, pois depois do treino seu corpo esta precisando repor o que foi gasto com o treinamento e nesse período é que seu corpo melhor absorve os suplementos.

Princípio da Supercompensação no Treinamento

Este princípio é dado através de um treinamento físico, alimentação e o tempo de recuperação adequado após seu treino, então podemos dividir este princípio em três partes:

Na primeira fase do treino, sempre deve dar um estímulo ao seu músculo e isso consegue através de treino com cargas e repetições variadas de acordo com o objetivo do atleta ou aluno, pois é nessa parte em que seu músculo está sendo catabolizado com micro lesões nas fibras musculares, o glicogênio está sendo depledado, então consideramos esta fase como a de gasto de energia.

A segunda e terceira partes do treino são:

Segunda parte é uma boa alimentação, pois seu corpo após o treino esta sedento por carboidratos, proteínas, etc. Então é a hora de atendermos esta solicitação e nos alimentarmos. O ideal é logo nos primeiros vinte minutos após o treino fazer uma suplementação de carboidratos e proteínas para seu músculo regenerar mais rapidamente a ação catabolizada do treino, segundo estudos neste momento depois do treino é onde suas células irão absorver melhor o conteúdo que for ingerido pelo atleta ou aluno.

A terceira parte é um descanso recorrente ao tipo de treino realizado, seja resistência, força ou outro treino. Respeitar o descanso é sinônimo de recuperação total e como consequência obter seus objetivos em seu treinamento. Nesta fase em que seus músculos estão sendo anabolizados, suas fibras musculares estão em recuperação após o estímulo do treinamento, e consequentemente repondo os estoques de glicogênio e adenosina trifosfato (ATP). Nunca esquecendo dentro da recuperação, as horas adequadas de sono entre 7 a 8 horas, estudos mostram que quando se esta dormindo acorre o maior nível de liberação do hormônio do crescimento (GH).

Então o princípio da supercompensação nada mais é que respeitar todas as etapas do treinamento, desde o estímulo até o próximo estímulo, isto não é nada mais do que um ciclo, mas não adianta querer pular etapas ou adianta-las, pois ai você poder entrar em estado de cansaço excessivo podendo chegar até em overtraining, não obtendo resultado nenhum, correndo o risco de graves lesões desta maneira prejudicando sua saúde.

Lembrando que em um treino de resistência muscular onde as cargas são muito leves a recuperação de 24 horas é excelente; já para um treino de hipertrofia onde cargas são mais elevadas são impostas, se deve ter um descanso entre 48 a 72 horas, este tempo recuperação também é valido para treinos de força máxima, força pura e de explosão; nos treinos aeróbios depende da intensidade que o aluno ou atleta vai desempenhar, pois se for uma atividade aeróbia de baixa intensidade e baixo volume, exemplo caminhar ou trotar em uma esteira ergométrica na academia por vinte minutos, uma recuperação de 24 horas é ideal para este aluno, já um atleta que corre uma maratona, a intensidade e o volume serão altos, neste caso o gasto de energia, o desgaste físico será extremamente alto assim como o desgaste cardiorrespiratório então uma recuperação entre 48 a 72 horas é melhor indicado.

Respeite os limites de seu corpo e siga sempre a risca o treinamento passado pelo professor de educação física, assim você terá seus objetivos alcançados e bons treinos.

Sistema Energético Aeróbio ou Oxidativo

Este sistema fornece uma quantidade substancial de ATP, utiliza o oxigênio para gerar o ATP e é ativado para produzir energia, durante períodos mais longos do exercício. Fornece energia para exercícios de intensidade baixa para moderada. Atividades como dormir, descançar, sentar,andar e outros. Quando a atividade vai se tornando um pouco mais intensa a produção de ATP fica por parte do sisrtema ácido lático e ATP-CP . Atividades mais intensas como caminhada, ciclismo,fazer compras e trabalho em escritório também são supridas em parte pelo sistema aeróbico, até que a intensidade atinja o nível moderado-alto (acima de 75%-85% da Frequência Cardíaca Máxima), depois é recrutado para suprir energia suplementar.

Os melhores exemplos de exercícios que recrutam o sistema aeróbio são: aulas de aeróbica e hidroginástica de 40-60 min., corridas mais longas que 5000 m., natação (mais que 1500 m.), ciclismo (mais que 10 km.), caminhada e triathlon. Qualquer atividade sustentada continuamente em um mínimo de 5 min. pode ser considerada aeróbia.

O ATP liberado da quebra da glicose e/ou dos ácidos graxos, em presença de O², custa centenas de reações químicas complexas, que envolvem centenas de enzimas. A quebra ocorre num compartimento especializado da célula muscular, a mitocôndria. As mitocôndrias são consideradas as "usinas energéticas" da célula e são capazes de fornecer grandes quantidades de ATP para alimentar as contrações musculares.

O sistema aeróbio possui 3 fases. A quebra do glicogênio na presença do O², ou glicólise anaeróbia, discutida acima, e a glicólise aeróbia é que o O² evita o acúmulo de ácido lático.

O glicogênio e os ácidos graxos são duas principais fontes de combustível utlizadas no sistema metabólico aeróbio. Ocasionalmente a proteína pode ser também usada como fonte de combustível metabólico, mas ocorre quando o corpo está fisiologicamente desgastado por excessos, por dietas ou por níveis extremamente baixos de gordura e glicogênio.

Em suma, o O² ou sistema metabólico aeróbio requer grande quantidade de O² para aconverter o glicogênio em 39 moléculas de ATP e os ácidos graxos, em 130 moléculas de ATP. O ácido graxo ou glicogênio são quebrados e preparados par ao ciclo de krebs e o transporte de elétrons e, como resultado do proceso, temos CO², H²O e energia. O CO² evapora; a água é eliminada através da evaporação e da radiação; e a energia é usada na segunda parte da reação ligada, para sintetizar o ATP.

Musculação: Treinamento Resistido para Definição Muscular

Musculação é a execução de movimentos biomecânicos localizados em segmentos musculares definidos como a utilização de sobrecarga externa ou peso do próprio corpo (GUEDES Jr., 1998 apud GUEDES et al ,2006). O exercício contra resistência é uma metodologia de treinamento desportivo, cujo principal meio de treinamento é com pesos (barras, anilhas, halteres etc.), e a principal capacidade física (motora) treinada é a força. (GUEDES et al., 2006)

Para realização de treinos intervalados como musculação, o individuo utiliza o sistema energético Anaeróbio (AN), que é dividido em sistema fosfagênio(ATP-PC) sendo uma forma de energia rápida (imediata) usada em movimento e exercícios de curta duração, entre 01 a 10 segundos de execução.(FOSS e KETEYIAN, 2000) e sistema lático que é predominante em treinos com duração média de 10 segundos a 3 minutos, e usado em exercícios de alta intensidade.(McARDIE et al, 1996).

Definição muscular é um termo usado para dizer que o sujeito está com massa muscular visível. Para obter este resultado o indivíduo necessita manter um percentual mínimo de gordura corporal, o que depende de vários fatores e um controle contínuo de sua composição corporal, para isto é necessário saber quanto ao certo se deve comer, uma das formas de se mensurar isto é através de uma soma de gasto energético diário, estas necessidades calóricas variam de acordo com sexo, tamanho corporal, idade e são reguladas por hormônios. (GUIMARÃES NETO, 2005).

Para baixar o percentual de gordura, o que se ouve com frequência é que as atividades devem ser de caráter aeróbio, estas atividades, por terem intensidade leve e moderada, permitem sua realização por um período prolongado, e utilizam como substrato energético, sobretudo, os ácidos graxos livres. (GUEDES et al, 2006). Para BOMPA (2002) este tipo exercício não atinge objetivo de eliminar gordura subcutânea, este autor indica e alega que o treino de musculação com baixa sobrecarga e muitas repetições com baixo tempo de intervalos entre as séries, consegue eliminar gordura subcutânea.

No entanto, de acordo com GUEDES et al (2006) o que determinará a magnitude do emagrecimento não é o tipo de treino nem a solicitação dos substratos energéticos, mas sim o gasto calórico total.

Quando o objetivo é definição muscular (eliminação de gordura) é comum que a dieta seja hipocalórica (baixa caloria) o que faz o individuo ficar mais fraco, desta forma impede que o treinamento se mantenha pesado, o que torna o treino de baixa intensidade e alto volume mais interessante (Di PASQUALE., 2006), porém se a dieta não for reduzida o treinamento normalmente utilizado para aumento de força e hipertrofia (baixo volume, alta intensidade) torna-se tão ou mais eficiente, já que este trabalho realiza maior consumo calórico, ressintese de glicogênio e síntese de proteína muscular, além disto os exercícios contra resistência, independente da intensidade, trás ganho e fortalecimento da massa muscular, aceleração significativa do metabolismo e aumenta os níveis de hormônios do crescimento e testosterona, classificados como emagrecedores (DINIZ, J .2000; GUEDES et al, 2008; GENTIL 2005).

Para PERES (2007) com exceção das primeiras semanas de treino, o organismo não eliminará gordura se estiver em um balanço energético positivo. Para se perder peso deve-se seguir uma lógica matemática, se comer mais do que se consome ira engordar, da mesma forma que se consumir mais do que se ingere ira emagrecer. (GUIMARÃES NETO, 2004).

É um consenso que a mistura de exercícios AN e AE e muito interessante e ajuda no consumo calórico, e ambos os treinos tem seus benefícios, no entanto a musculação é uma das atividades mais completas e eficientes para definição muscular, porém independente do tipo de treinamento o emagrecimento dependerá do balanço energético negativo. (GUEDES et al., 2006).

Músculos Agonistas e Antagonistas

Um estudo cinesiológico
1)Inervação recíproca e co-contração
A grande maioria dos movimentos humanos é realizada de forma irrestrita e perfeitamente ordenada; isso acontece em decorrência de reflexos existentes em nosso corpo durante o movimento resultantes de um processo conhecido com inervação recíproca. Neste processo acontece o seguinte: proprioceptores presentes no músculo conhecido pelo nome de fusos musculares são sensíveis ao grau de estiramento das fibras musculares. Portanto quando há um estiramento destas fibras o fuso muscular detecta a modificação e também sofre distensão, o que ativa o neurônio 1-a (neurônio anuloespiralado) presente em sua região central. Este neurônio ramifica-se e atinge a região anterior da substância cinzenta medular, local onde estão os motoneurônios. Algumas ramificações do neurônio 1-a mandam PPSE’S (potenciais pós-sinápticos excitatórios) para motoneurônios alfa que inervam o músculo, provocando assim a contração muscular. Porém, outras ramificações do neurônio 1-a estabelecem sinapses com interneurônios inibitórios presentes na medula que, por sua vez, enviam PPSI’S (potenciais pós-sinápticos inibitórios) para motoneurônios dos antagonistas aos músculos que se contraíram, provocando sua inibição. Assim, o estiramento muscular dá origem a um reflexo que gera a contração dos músculos agonistas e relaxamento dos músculos antagonistas.
Sherrington observou que em animais descerebrados ou anestesiados nos quais os controles voluntários está abolidos impulsos neurais aferentes que estimulam os neurônio motores de dado músculo inibem reflexamente os neurônios motores dos músculos antagonistas. Este efeito é conhecido como inervação recíproca, e o mecanismo pelo qual ele funciona e a inibição recíproca do músculo antagonistas. Um movimento incoordenado pode sobrevir se é excitação do agonista não for acompanhada dessa inibição reflexa correspondente do antagonista. Sherrington também observou que os músculos antagonistas podem contrair-se simultaneamente com os agonistas, o que ele atribuiu a uma inervação recíproca dupla. Estudos sobre o papel dos fusos musculares na produção de um reflexo de estiramento sugerem que essa teoria não é mas defensável.
Sherrington verificou também que após ser submetida a inibição reflexa, a estimulação neural para um músculo esquelético tende a aumentar (descarga rebote). Em conseqüência, a aplicação de estimulo que causa flexão (ou extensão) de um membro tende a ser seguida de extensão (ou flexão) ativa do membro (indução sucessiva) quando o efeito inibitório é suspenso. Já em 1925, Tilney e Pike concluíram que sobre condições normais não eram capazes de observar os fenômenos de Sherrington que a “coordenação muscular depende principalmente da relação de co-contraçao sincrônica nos grupos de músculos antagonista”. Sugeriram que um possível resultado do distúrbio dessa relação de co- contração fosse hiperextensão pelos agonista, seguida hipercorreção pelos antagonista. Sobreviria uma serie irregular de oscilações, o que pode explicar os sintomas clínicos de ataxia.
Somente os músculos que atuam sobre uma única articulação são considerados antagonistas verdadeiros. Os músculos que atuam sobre, mas de uma articulação agem às vezes como antagonista e outras vezes como sinergistas. O músculo reto da coxa normalmente atua como antagonista dos músculos do jarrete, mas se o quadril e o joelho são fletidos simultaneamente, o músculo reto da coxa atua sinergicamente com eles. Em alguns músculos multipenados , uma parte pode atuar como antagonista e a outra como sinergista.
Quando um agonista atinge a amplitude final da contração, ele começa a causar estimulação proprioceptiva do músculo antagonista . A contração resultante do antagonista, então, oferece resistência a fase final do movimento agonista. A posição do movimento onde essa resistência ocorre varia com articulação e músculos envolvidos.
É possível demonstrar a inervação recíproca no homem em movimentos voluntários sem resistência, movimentos reflexos como o reflexo patelar e, em caso de espasticidade, uma condição que leva a um encurtamento estrutural dos músculos envolvidos. Mostrou-se que a estimulação elétrica de músculos antagonistas aqueles em espasmos resulta em relaxamento dos músculos espásticos.Alguns investidores acreditam que, no movimento voluntário normal, a co-contraçao é antes a regra do que a exceção, e faltam evidências satisfatórias de que a inervação recíproca exerce o papel geralmente atribuído a ela cinesiologistas;outros afirmam que durante o movimento o antagonista se relaxa completamente, com uma única exceção – o final de um movimento semelhante a uma chicotada e uma articulação em dobradiça.
As evidências sugerem que os músculos antagonistas comportem-se de três maneiras distintas:
1) Quando há resistência externa é tão grande que a articulação não consegue se mover, os antagonistas se relaxam.
2) Quando os músculos estão atuando contra uma resistência moderada, os antagonistas tornam-se ativos para desacelera o movimento.
3) Quando não há resistência externa a ser superada e o membro deve move-se com grande precisão, a tensão tende a ser mantida nos grupos agonistas e antagonistas, com o primeiro predominando.
(…) “este tipo de organização em que há ativação de um conjunto de neurônios e inibição dos neurônios antagonistas é designado por inervação recíproca”(…) (Guerra, Falcão e Moreira,2001, pág. 3)
Um bom exemplo de inervação recíproca acontece no movimento de musculação conhecido pelo nome de flexão do cotovelo. Neste movimento o músculo bíceps braquial age como agonistas ao realizar sua contração no movimento do antebraço em direção antero-posterior, ao mesmo tempo que o músculo tríceps braquial age como antagonista, já que se relaxa durante o movimento. Falando de músculos agonistas e antagonistas, o presente artigo passará a partir de agora a descrever com maior riqueza de detalhes como ocorre a relação entre estes dois agentes durante o movimento.
2) Inibição
Exemplos de inibição graduada são vistos na maioria dos movimentos voluntários. O conceito de co-contração estabelece que o movimento geralmente envolve a contração simultânea de grupos musculares antagonistas, embora possa haver uma nítida diferença nas forças exercidas pelos membros do par. Quando a resistência externa aos agonistas é grande, a co-contração dos antagonistas é mínima, um efeito inibitória central atua sobre os antagonistas para reduzir a resistência ao movimento. Essa inibição ocorre em reflexos involuntários, embora talvez aprendidos. È controlada na medula espinhal e níveis inferiores do cérebro e é aproximadamente proporcional à quantidade de força necessária para que os agonistas realizem o movimento.
Um fisioterapeuta,administrador de primeiros socorros ou atleta eventualmente pode fazer uso do fenômeno de inibição de antagonistas. As cãibras e espasmos musculares, especialmente quando agudos, as vezes são aliviados por uma forte estimulação voluntária ou elétrica do antagonista do músculo.
Como em outros reflexos, a inibição de antagonista pode ser sobrepujada ou modificada sob certas condições. Por exemplo, na amplitude máxima de movimento o antagonista inibido pode ser alongado o suficiente para iniciar uma contração miotática.
Uma tensão geral excessiva associada ao estresse emocional também modifica a inibição reflexa de antagonistas. Nos estágios inicias do aprendizado motor, fatores como o medo, constrangimento e motivação intensa podem resultar em contrações indiscriminadas de grupos musculares, interferindo assim um movimento regular e eficaz. Atletas treinados aprenderam padrões coordenados de contração e inibição;estas foram tão fortemente condicionadas que apenas estresses intensos são capazes de interferir .Em qualquer atleta, a remoção da tensão geral excessiva minimiza a produção de impulsos motores e irrelevantes, permitindo que ocorram os reflexos condicionados para a contração e inibição. Os técnicos, professores e fisioterapeutas que enfatizam o relaxamento geral, minimizam o medo e têm cautela no emprego de estresses para motivação durante o processo de aprendizado, estão agindo com base em princípios fisiológicos e psicológicos.
3) Classificação dos músculos
Anatomicamente, os músculos podem ser classificados obedecendo a diversos critérios. Nesta seção vamos falar sobre a classificação dos músculos quanto à sua função. Lembrando sempre que tal classificação refere-se apenas aos músculos esqueléticos.
Foi visto anteriormente que os músculos envolvidos em um movimento qualquer não se contraem independentemente uns dos outros. Na verdade eles estão interligados por um processo conhecido por inervação recíproca, onde cada músculo tem uma função diferente. De acordo com Dangelo e Fattini (2000) os músculos podem ser classificados em três categorias quanto à sua função: agonistas, antagonistas e sinergistas.
3.1) Os músculos agonistas : são os agentes principais na execução de um movimento. Geralmente são os músculos que se contraem ativamente, sendo que além daqueles que produzem movimentos, também são considerados agonistas os que se contraem para permitir a manutenção de uma postura. Um exemplo de músculo agonista é o glúteo médio no movimento de abdução da coxa.
3.1.1) O papel do agonista : quando um músculo sofre uma contração com encurtamento,diz-se que ele é agonista para as ações articulares resultantes.Por exemplo, o tríceps do braço é um agonistas para a extensão do cotovelo.Alguns músculos são agonistas para mais de uma ação numa dada articulação;muitos tem uma ou mais ações sobre cada uma de duas ou mais articulações que eles por acaso atravessam. O bíceps do braço, por exemplo, é agonista para a flexão do cotovelo e supinação rádio-ulnar, e, além disso, é agonista para várias ações da articulação do ombro, devido a sua inserção proximal por duas cabeças da escápula.O agonista causa um movimento, algumas vezes, é denominado músculo principal do movimento.
3.2) Os músculos antagonistas: são aqueles que possuem ação anatômica oposta à dos agonistas, seja para regular a rapidez ou a potência desta ação. Usualmente os antagonistas são músculos que não estão se contraindo e que nem auxiliam nem resistem ao movimento, mas que passivamente, principalmente em atletas mais experientes e habilidosos, se relaxam permitindo a maior facilidade do movimento (Bompa, 1993). Um exemplo de músculo antagonista é o adutor magno na abdução da coxa.
3.2.1) O papel do antagonista: um antagonista é um músculo cuja contração tende a produzir uma ação articular exatamente oposta a uma ação articular dada de outro músculo especificado.Um músculo extensor é, potencialmente, antagonista de um músculo flexor. Assim, o bíceps do braço é antagonista do tríceps do braço com relação à extensão do cotovelo, e do músculo pronador redondo com relação a pronação rádio-ulnar. O bíceps do braço não é antagonista do músculo braquial, pois ele não se opõe a nenhum movimento para o qual o braquial seja agonista. O antagonista tem o potencial de se opor ao agonista, mas geralmente se relaxa enquanto o agonista trabalha.Quando o agonista se contrai ao mesmo tempo que o antagonista, ocorre uma co-contração.
3.3) Os músculos sinergistas: os quais podem ser conceituados como sendo os músculos que se contraem ao mesmo tempo dos agonistas, porém não são considerados os principais responsáveis pelo movimento ou manutenção da postura.
3.3.1)O papel do sinergista: é um termo usado por alguns autores para determinar o papel dos músculos agonistas secundários. A desvantagem deste termo é que, embora indique que um músculo está em ação, não especifica como essa ação ocorre.
Normalmente os músculos sinergistas sempre estão em número maior do que um. Por exemplo: os músculos sinergistas no movimento de abdução da coxa são o reto femoral, o glúteo máximo, tensor da fáscia lata, glúteo mínimo, sartório e piriforme.
Uma vez que os movimentos são inteiramente influenciados pela interação entre grupos musculares agonistas e antagonistas, um movimento espasmódico ou realizado rigidamente, pode resultar de uma interação inapropriada entre os dois grupos (ibdem, ). Daí a importância do treinamento no que diz respeito a proporcionar um relaxamento mais eficiente dos músculos antagônicos e desta maneira melhorar a suavidade da contração muscular.
4) Ações agonistas, antagonistas e sinergistas
A classificação anatômica das ações musculares ocorre quando o músculo atua sozinho, sua fixação proximal é estabilizada (por outros músculos ou pelo peso corporal), e a fixação distal move-se em movimento de cadeia aberta com uma contração concêntrica contra a gravidade ou muito leve resistência.Assim não é surpreendentes que as definições agonistas,antagonistas e sinergistas não sejam constantes para os músculos mas variam com a movimentação e as forças impostas que ocorre em função.
5) Tipos de contração muscular
A maior e mais freqüente fonte de força gerada no corpo humano é pela contração dos músculos, sendo que estes nunca se contraem isoladamente pois isto produziria um movimento não funcional estereotipado. Por exemplo, a contração isolada do bíceps braquial produziria flexão no cotovelo, supinação no antebraço e flexão do ombro. Ao invés disso, diversos músculos em uma refinada combinação de forças contribuem para produzir a força desejada e o resultante movimento. Existem três tipos de contração muscular: isotônica, isométrica e isocinética.
5.1) As contrações isotônicas: consistem no tipo mais conhecido de contração muscular. Caracterizam-se principalmente pelo encurtamento do músculo com tensão constante ao levantar uma carga (ibdem, ). Dividem-se em dois subtipos: as contrações concêntricas e as contrações excêntricas. As contrações isotônicas concêntricas são aquelas onde as extremidades aproximadas. Já com a contração isotônica excêntrica fenômeno oposto ocorre, ou seja, a resistência ao músculo (peso) supera a força muscular e as extremidades do músculo são afastadas. Na rosca direta este tipo de contração fica caracterizado quando o peso levantado volta a sua posição inicial, fazendo com que as extremidades do bíceps braquial sejam afastadas.
5.2) As contrações isométricas: neste tipo de contração o músculo produz força sem alteração macroscópica no ângulo da articulação, ou seja, não há mudança no comprimento do músculo. A sua aplicação se dá contra uma resistência (peso) irremovível como, por exemplo, uma parede, e sua finalidade normalmente é de manutenção da postura e estabilização das articulações. Na prática sugere-se trabalhar este tipo de contração com o número de 5 a 10 repetições, com o tempo de 5 a 7 segundos por contração e freqüência de 3 a 5 vezes por semana em um trabalho com 50% da força máxima.
5.3) As contrações isocinéticas: Neste tipo de contração a força gerada pelo músculo ao encurtar-se com velocidade constante teoricamente é máxima durante toda a amplitude do movimento (Fox, 2000). O trabalho com este tipo de contração normalmente exige um equipamento especial criado para permitir uma velocidade constante de contração, não importando a carga (Bompa, 1993).
6) Considerações finais
O presente texto teve por objetivo o “Estudo Cinesiológico dos Músculos” referindo-se aos agonistas e antagonistas, uma vez que os mesmos atuam através de mecanismos que foram amplamente descritos e exemplificados ao longo desta apresentação. Para este trabalho foram utilizados arquivos bibliográficos diversos, sites de busca da internet e ainda algumas consultas a profissionais desta área de atuação. Procuramos abordar o maior número possível de exemplos e de situações prático-teóricas, com o intuito de florescer o nosso conhecimento e também, como não poderia deixar de ser, deixar-nos em condições de melhor discutir os referidos assuntos, tornando-nos ainda mais capazes na arte da fisioterapia.
Por fim, entendemos que exercícios desta natureza devam ser realizados com freqüência, pois a elucidação da investigação científica age como elemento fundamental no processo de desenvolvimento profissional em que estamos inseridos.

Overtraining: o excesso de exercícios prejudicando o corpo

Com a crescente valorização do "corpo perfeito" dada pela mídia aos marombeiros de plantão, as pessoas estão cada vez mais procurando as academias e clubes esportivos visando atingir, através de exercícios físicos, um corpo mais musculoso e fortificado. Porém, em muitos casos o sujeito treina, treina, treina e não percebe ganho algum de massa muscular nem aumento da resistência orgânica. Com isso ele pensa: bom, se não estou melhorando meu organismo com a dosagem atual de exercícios então vou aumentar esta dosagem de modo a que possa obter os resultados que desejo. Neste momento é que começa o problema; muitas vezes a não obtenção imediata dos resultados esperados faz com que as pessoas aumentem a dose de exercícios, quando na verdade deveriam descansar, começando a partir daí a ficar caracterizado um dos principais fenômenos observados na educação física atual: o overtraining, que esta muito crescente nos esportistas em todo mundo.

O overtraining pode ser definido como sendo a condição na qual as pessoas apresentam baixo nível de desempenho, apesar do treinamento continuado ou até mesmo aumentado (Maughan, Gleeson e Greenhaff, 2000). A grande causa do estabelecimento do estado de overtraining é o excesso de exercício, conduzindo a uma resposta de estresse, intensificada pelo tempo insuficiente de recuperação entre os períodos de atividade. Segundo Lima (2001, citada por Arruda, 2002) os principais sintomas apresentados são o aumento da pressão arterial e dos batimentos cardíacos, a insônia, a irritabilidade e queda do sistema imunológico. Como consequências do overtraining, vários tipos de lesões músculoesqueléticas podem surgir, dentre as quais se destacam o chamado micro traumas, que podem ser definidos como sendo traumas que não causam dor, edema ou impotência funcional, mas que, pela repetição excessiva de exercícios, produzem lesões no tecido muscular, surgindo, assim, as lesões causadas por overtraining. Devido ao seu caráter silencioso e a gravidade quer podem representar quando se manifestam clinicamente, é considerado o "câncer" da prática esportiva (Matsudo, 2002). Os principais exemplos de micro traumas disseminados no meio esportivo são as osteocondrites, fraturas por estresse, miosites, tendinites, rupturas parciais e rupturas totais de tendões, ocasionando uma má qualidade de vida, pois trás muitos problemas em sua saúde em vez de trazer benefícios e bem estar físico.

Um indício prático de lesões musculares em atletas sob overtraining é a elevação das proteínas musculares no plasma (em geral, mioglobina, creatina cinase, lactato desidrogenase e fragmentos de miosina). Outro indicador observado é o comprometimento na restauração dos estoques musculares de glicogênio, uma vez que após o exercício sabe-se que o glicogênio é depletado e posteriormente ressintetizado, porém, em músculos lesionados, há uma diminuição na capacidade de captação da glicose sanguínea necessária à ressíntese de glicogênio no músculo. A queda dos estoques de glicogênio intramuscular está associada a quedas nas concentrações muscular e plasmática da glutamina, proteína essencial para os leucócitos desempenharem suas funções de destruição de bactérias e vírus. Por este motivo é que se diz que em overtraining o sistema imunológico fica debilitado.

Há alguns anos atrás a síndrome do overtraining era característica de atletas profissionais. Agora, porém, estudos indicam que o overtraining é cada vez mais presente nas academias. Pesquisas recentes apontam que a média de tempo passada na academia pelos praticantes é de 20 horas por semana, quando na verdade o que se recomenda é o máximo de entre 8 a 10 horas de exercícios. Estes números revelam que os intervalos de descanso entre as sessões de treinamento são insuficientes para uma adequada recuperação das fontes energéticas musculares, podendo assim ocasionar inflamações nos músculos, causa suficiente para a perda de força muscular e gerar lesão.

Dados preocupantes também são observados quando relacionamos o overtraining com crianças e adolescentes. Isto acontece porque hoje em dia, com a crescente valorização das competições infanto-juvenis, fica cada vez maior a cobrança de pais e treinadores para que seus respectivos filhos e atletas conquistem os melhores resultados. A associação entre o excesso de exercícios com várias outras ocupações tais como a escola, curso de computação, curso de inglês etc., leva a um estado de fadiga física e psicológica observado nas crianças e adolescentes, prejudicando-as em sua vida diária, pois as crianças e adolescentes não irão crescer com saúde.

Um professor de educação física deve estar sempre atento em suas aulas para evitar que o estado de overtraining se estabeleça entre seus alunos. Uma conversa com os pais e responsáveis pelos praticantes sempre é importante para que se tenha uma ideia do quanto que cada aluno se desgasta fisicamente durante seu dia, ou seja, procurar saber se ele vai à escola e aos treinos de carro ou de ônibus, se mora perto ou longe do local das aulas, como está seu desempenho nas outras disciplinas escolares, enfim, informações que aparentemente são irrelevantes para qualquer professor de educação física, mas que na verdade são de fundamental importância para que ele avalie, por exemplo, o nível de estresse físico de seu aluno ao se deslocar de casa para a escola, ou também o nível de estresse mental ao tirar notas boas ou ruins nas demais disciplinas. Todas estas informações são importantes para que se evite uma cobrança exacerbada em cima de crianças e adolescentes que ainda estão em processo de desenvolvimento físico e psicológico e que muitas vezes não está preparada para responder a altura de tais cobranças, isso também se deve aplicar nas academias de musculação, o professor deve estar ciente do treino do aluno para ele não extrapolar seus limites e entrar em overtraining.

Para concluir este artigo apontaremos aqui algumas medidas que devem ser tomadas no sentido de evitar que o estado de overtraining se estabeleça nas pessoas praticantes de exercícios físicos, isso vale para atletas de alto nível e para pessoas que treinam somente para seu bem estar físico e mental.

Para você que esta iniciando a prática de atividades físicas é importante saber que não se apresse em obter resultados imediatos, pois eles não vão aparecer por mais que você queira aumentar o ritmo de exercícios diários. Não se deixe levar pelos corpos fortes e musculosos que são vistos na televisão até porque, caso você não saiba, muitos deles são adquiridos a base de substâncias proibidas e não recomendadas para uso indiscriminado. O que se recomenda é um início em ritmo lento de exercícios e progressivamente ir aumentando este ritmo, pois assim os resultados são adquiridos muito mais facilmente.

Outras recomendações a se tomar são:
1) exercitar-se por, no máximo, cinco vezes por semana, uma à duas horas por dia;
2) respeitar o tempo de recuperação do corpo, ou seja, respeitar um limite de 24 a 72 horas de descanso a cada treino. Aplicando-se a recuperação indicada a cada treino.
3) manter a frequência ideal de batimentos cardíacos segundo a idade, o peso e o condicionamento;
4) variar o tipo de exercício, intercalando aeróbios e anaeróbios;
5) manter a alimentação equilibrada e evitar dietas radicais. Ao tomar estas atitudes o praticante estará assegurando uma atividade muito mais prazerosa e sem riscos de excessos e possíveis lesões futuras.

Anabolismo X Catabolismo

O funcionamento do organismo depende de uma série de reações bioquímicas que ocorrem em nossas células. Essas reações são conhecidas como reações metabólicas.
O metabolismo pode ser dividido em dois estágios, com objetivos e resultados opostos: o anabolismo e o catabolismo.
O anabolismo ou metabolismo construtivo é o conjunto de reações que implicam a construção de moléculas a partir de outras, acarretando o crescimento, regeneração e manutenção de tecidos e órgãos.
Para que uma reação anabólica ocorra, é indispensável à presença de substratos necessários e, principalmente, energia. Alguns exemplos de anabolismo são a síntese de proteínas a partir de aminoácidos dentro do tecido muscular e a formação de estoques de glicogênio através de moléculas de glicose.
Em termos práticos, o anabolismo ocorre quando você ingere nutrientes adequados após seu treino. Ao final da atividade física, seu corpo precisa repor o que foi gasto durante o treinamento, sobretudo os carboidratos, que serão convertidos em glicose, e as proteínas, que fornecerão os aminoácidos necessários à hipertrofia muscular.
Principais fatores que favorecem o anabolismo:
- Alimentação adequada, principalmente de alimentos ricos em proteínas. Recomenda-se que a proteína seja ingerida juntamente com um carboidrato após o treinamento e sozinha à noite. Agindo assim, você favorecerá a síntese proteica.
- Treinamento adequado, com o intuito de ganho de massa muscular. Em outras palavras, muita intensidade e pouco volume.
- Uma boa noite de sono.
Em uma reação catabólica, o contrário acontece. Ao invés de construção, há a quebra de substâncias complexas em substâncias mais simples.
Um exemplo de catabolismo ou metabolismo destrutivo é o processo digestivo, em que os nutrientes presentes nos alimentos são quebrados em moléculas mais simples que, posteriormente, serão usadas pelo metabolismo construtivo. Imagine uma refeição com grande quantidade de carne vermelha.
A carne é rica em proteína e essa proteína será desmembrada em aminoácidos que, por sua vez, serão lançados na corrente sanguínea e utilizados pelo organismo em outras reações metabólicas.
Associando o catabolismo ao treinamento, se você malha sem energia suficiente (ou seja, sem ter se alimentado), o organismo tentará suprir sua carência energética destruindo suas próprias reservas. Nesse caso, aminoácidos e glicose serão utilizados para fornecer energia.
Os fatores que levam ao catabolismo são:
- Alimentação inadequada. Não treine com fome ou mais de duas horas depois de sua última refeição. Uma fonte de carboidrato é o alimento ideal para se ingerir antes da atividade física. Demorar a comer depois do treinamento também favorece o catabolismo.
- Treinamentos cansativos e longos.
- Noites mal dormidas.
- Consumo de bebida alcoólica.
Relação hormonal
O metabolismo é regulado por alguns hormônios específicos, que sinalizam e desencadeiam os processos de anabolismo e catabolismo.
Os principais hormônios anabólicos são o hormônio de crescimento (GH: Growth Hormone), a testosterona, a insulina e o IGF-1 (Insulina como Fator de Crescimento ou Insulin as a Growth Factor, em inglês). Dentre os principais hormônios catabólicos, destaca-se o cortisol.
Balanço metabólico
O anabolismo e o catabolismo ocorrem de forma alternada em nosso organismo. O resultado final dessas reações em um determinado período de tempo é denominado Balanço Metabólico.
  • Quantidade de anabolismo > catabolismo = Balanço metabólico positivo
  • Quantidade de anabolismo < catabolismo = Balanço metabólico negativo
  • Quantidade de anabolismo = catabolismo = Balanço metabólico nulo
O balanço metabólico é importante, pois, se há a predominância de processos catabólicos, o organismo pode se degenerar até sua total degradação. É o que acontece com o envelhecimento. Se o anabolismo é superior, o corpo acumula reservas e crescem em tamanho, organização e complexidade. Quando ambos os processos ocorrem em intensidades semelhantes, podemos dizer que as condições internas tendem a permanecer as mesmas.
As reações metabólicas de anabolismo e catabolismo estão intimamente relacionadas, uma vez que uma depende da outra para ocorrer. Em um treinamento, é errada a ideia de que é possível “crescer” ou ganhar massa muscular durante a atividade física. O momento do treino é essencialmente catabólico e somente sua postura (tipo de treinamento, alimentação etc.) determinará resultados positivos futuros quanto à hipertrofia muscular. É em períodos de descanso que o organismo sofrerá reações anabólicas.

Treinamento de força pura

Este treinamento é ideal para quem esta a fim de ter um aumento de força muscular e requer já um tempo de treino, pois a técnica de execução do movimento deve ser perfeita caso contrário o risco de uma lesão nas fibras musculares é muito grande, isso se deve as altas quantidades de carga que é imposta ao músculo.

Para este treinamento é muito importante um excelente aquecimento, que pode ser dividido em dois tipos:

Aquecimento geral (corpo todo): por meio de uma bicicleta ergométrica ou qualquer outro ergômetro que não ultrapasse o tempo de 10 minutos com uma intensidade baixa.

 Aquecimento específico: visa aquecer um determinado músculo para a prática esportiva, por exemplo; o músculo peitoral no exercício supino reto você aquece com uma carga de 40% a 50% de um 1 RM, composta apenas de uma série de 20 a 25 repetições. (RM= Repetição máxima).

Obs.: Alguns professores não utilizam a carga de 1RM, preferem tirar a carga a cada série e suas respectivas repetições, os dois métodos são válidos.

Já o alongamento no treinamento de força pura é um assunto muito discutido no mundo das academias de musculação entre os profissionais de educação física, muitos estudos realizados, artigos, teses, etc., mas a dúvida ainda é grande, pois tem profissionais que relatam os benefícios do alongamento e outros que acham prejudicial.

Benefícios do alongamento: 

-Previne lesões (distensões musculares, entorses);
-Previne dores;
-Ativa a circulação;
-Propicia condições para a melhoria da agilidade, força e velocidade;
-Melhora a flexibilidade corporal.

Prejuízos do alongamento:

-Alongamento como uma forma de aumentar a amplitude articular e não previne lesões;
-Alongamento definido apenas como uma forma de manter a amplitude articular;
-Grandes extensões podem provocar lesões nas fibras musculares ou deixar a musculatura propensa a ter lesões durante os exercícios de força.

Enfim, como não existe um consenso no assunto, cabe ao profissional de educação física passar o melhor treinamento dentro do seu conceito.

Para iniciar-se em um treino de força, vale salientar algumas dicas e regras:

-Fazer o teste de 1 RM (RM=Repetição máxima) para fazer a porcentagem do treino na divisão das séries;
-Sempre treine com um profissional de educação física ou algum amigo ao seu lado, pois cargas elevadas o risco de acidentes são maiores;
-Sempre quando surgir dúvidas durante o treino procure alguém especializado;
-Por ser um treino extenuante para o músculo, evite treino longo, com muitos exercícios;
-Não fazer atividades aeróbicas, pois o desgaste irá atrapalhar o rendimento no trabalho de força;
-Faça a recuperação muscular adequada ao treino (Força pura: dois minutos e meio a três minutos);
-Pós-treino, o período de descanso é importante para a recuperação das fibras musculares (Força Pura: entre 24 a 48 horas);
-Por ser um treino que agride muito as fibras musculares, não deve ter muito tempo de treinamento, 4 semanas é o ideal, caso contrário o risco de lesão aumenta muito.

Existem muitos tipos e formas de treino para força pura, abaixo segue um exemplo deste treino;

Duração do treino: 04 semanas.

Modo do treino: A+B x A+B (Treina-se segunda-feira treino A, terça-feira treino B, quarta-feira descanso, quinta-feira repete treino A, sexta-feira repete o treino B, sábado e domingo descanso).

“Recuperação entre séries e exercícios: 2’ 30”.

Séries: 04 séries

Repetições: 06 movimentos, 04 movimentos, 02 movimentos e 01 movimento.

Carga: Para 06 movimentos a carga será de 85% de 1 RM, para 04 movimentos a carga será de 90% de 1 RM, para 02 movimentos a carga será de 95% de 1 RM e para 01 movimento a carga será de 100% de 1 RM, ou seja, será a carga máxima testada (OBS: esses valores podem ser ajustados durante o treinamento para a carga ficar mais justa, mas não fugindo da proximidade desses valores em porcentagem).

Treino A: o treino será composto pelos seguintes grupamentos musculares:

-Peitoral;
-Tríceps;
-Deltoides;
-Panturrilha;
-Abdominais.

Treino B: o treino será composto pelos seguintes grupamentos musculares:

-Costas;
-Bíceps;
-Trapézio;
-Membros Inferiores;
-Abdominais.

Exercícios para o treino A:

(01°) Supino Reto;
02°) Supino Inclinado;
03°) Tríceps Testa;
04°) Tríceps Polia Alta pegada em pronação;
05°) Desenvolvimento pelas costas;
06°) Desenvolvimento com Halteres pegada em semi-pronação;
07°) Panturrilha na máquina sentado;
08°) Abdominal na prancha declinado (músculo principal trabalhado reto abdominal porção inferior).

Exercícios para o treino B:

01°) Pull Down (Puxador atrás);
02°) Remada Baixa;
03°) Rosca Direta;
04°) Rosca Martelo início da pegada semi-pronação, fim do movimento em supinação;
05°) Remada Alta;
06°) Cadeira Extensora;
07°) Mesa Romana;
08°) Leg 45°;
09°) Abdominal no aparelho específico (músculo principal trabalhado reto abdominal porção superior e medial).

E não se esqueçam, sempre treinem com um profissional de educação física capacitado ao seu lado, pois só ele tem a competência e o preparo adequado para melhor lhe orientar, treinar sem um educador físico é um risco para sua saúde. Vale a dica e bom treino.